Tarefa 1 - Reflexão sobre o papel da Biblioteca e do professor bibliotecário, identificando três áreas de intervenção que considere mais relevantes
1. Tendo em conta
os desafios da era digital e os novos ambientes de aprendizagem que
caracterizam o início deste milénio, faça uma breve reflexão sobre o papel da biblioteca
e do professor bibliotecário, identificando três áreas de intervenção que considere
mais relevantes.
Considerando, em
termo legais, que:
Nota introdutória da Portaria n.º 756/2009 de
14 de julho:
“Trata-se de
garantir que a biblioteca escolar se assume, no novo modelo organizacional das
escolas, como estrutura inovadora, funcionando dentro e para fora da escola,
capaz de acompanhar e impulsionar as mudanças nas práticas educativas,
necessárias para proporcionar o acesso à informação e ao conhecimento e o seu
uso, exigidos pelas sociedades atuais.”
Alínea f) do art.º 3.º - Conteúdo Funcional -
da Portaria n.º 756/2009 de 14 de julho.
“Apoiar as atividades curriculares e favorecer
o desenvolvimento dos hábitos e competências de leitura, da literacia da
informação e das competências digitais, trabalhando colaborativamente com todas
as estruturas do agrupamento ou escola não agrupada”.
e após a leitura
dos textos propostos para esta tarefa, podemos fazer a seguinte análise:
As crianças e jovens
estão dotados de um Know how, de uma perceção instintiva, de uma aptidão e familiaridade
no uso das tecnologias da comunicação e informação, que os colocam acima de
qualquer dificuldade ou necessidade de intervenção pedagógica. No entanto, a
investigação tem vindo a colocar uma série de reservas sobre estas qualidades,
nomeadamente no que diz respeito ao exercício de competências de informação, do
pensamento crítico e de atitudes responsáveis, com implicações importantes na
aprendizagem e sucesso educativo.
Os alunos
precisam de ser ensinados
sobre a forma como podem utilizar essas ferramentas na aprendizagem e exercício
do pensamento crítico e construção do conhecimento, capacidade de análise,
adotando um comportamento cívico transformando-os em cidadãos interventivos com
sucesso, quer em termos escolares quer em termos pessoais.
O desenvolvimento
da sociedade da informação não acontece por haver magníficas coleções,
ambientes físicos inspiradores ou redes avançadas de tecnologia de informação.
Apesar de serem elementos importantes, a tarefa mais complexa, desafiadora e
compensadora de um educador é transformar a informação em conhecimento. Todd afirma a este propósito:
“Information is not power. It is human understanding and knowledge that is
power, and information is how you get it.”. A
informação é apenas um meio para atingir os objetivos a que a escola se deve
propor: a formação de cidadãos autónomos enquanto construtores do seu próprio
conhecimento, e responsáveis, críticos e éticos enquanto utilizadores e
produtores de informação. Atualmente, espera-se que a escola forme cidadãos
ativos, interventivos e críticos, mas também responsáveis e autónomos. A escola
deve possibilitar a construção autónoma de saberes e igualmente lançar as
sementes para a aprendizagem ao longo da vida. A aprendizagem em ambiente
escolar não deve permanecer confinada às quatro paredes da sala de aula. Deve,
pelo contrário, ocorrer nos vários espaços da escola, da comunidade e do
ciberespaço.
A Biblioteca tem
aqui um papel fundamental enquanto espaço que detém os recursos necessários
para o desenvolvimento destas competências transversais ao currículo – soft
skills. Para tornar eficaz a consecução destas metas finais é necessária uma
forte articulação entre professores das diferentes disciplinas, o Professor
bibliotecário e a equipa da Biblioteca no desenvolvimento de atividades que,
indo de encontro às necessidades curriculares, se complementem com a formação
tecnológica e digital dos dias de hoje.
O surgir do
documento com as metas curriculares apenas exigindo as hard skills, transpondo
para um currículo oculto as soft skills pode à partida trazer aquilo que a mim
me parece uma falsa preocupação. Isto não tem volta. A era digital está aí e
vai continuar. A literacia da informação está inerente a qualquer currículo e
ela vai-se processando ao longo da escolaridade dos alunos, quer seja ao nível
da leitura, quer ao nível científico, matemático da informação, dos média, etc.
e aqui têm muita importância, quer os professores das disciplinas, quer o
professor bibliotecário, os encarregados de educação. No entanto, concordo com
o facto de, se existir um referencial com obrigatoriedade de cumprimento por
parte dos currículos de cada uma das disciplinas, a nível nacional, com recurso
às bibliotecas escolares e ao conhecimento dos professores bibliotecários, fica
mais garantida a aquisição desses saberes.
As três áreas de
intervenção da BE: literacia da leitura, literacia dos média
e literacia da informação parecem-me adequadas à aprendizagem no contexto da
sociedade do conhecimento.
A literacia da
leitura inclui o uso, reflexão e compreensão de textos multimodais, impressos
ou digitais e o domínio de diferentes formas de expressão: oral, escrita e
multimédia.
A literacia dos
media visa formar para a análise crítica e compreensão da natureza dos
diferentes média.
A área da
literacia da informação visa dotar os alunos de conhecimentos que os capacitem
para a pesquisa, acesso, avaliação produção e uso ético da informação.
Seria importante
definir quais as aprendizagens a desenvolver pelos alunos de cada nível de
ensino relacionadas com estas literacias. Assim, ficaria melhor definida a ação
da BE na escola.
Hoje em dia, as
salas de aula e as bibliotecas escolares já bem apetrechadas com equipamento
tecnológico para poderem desenvolver nos alunos muitas competências no âmbito
das literacias. É necessário sim uma constante atualização do corpo docente
relativamente ao mundo digital em constante mudança e formações no âmbito desta
ação de formação.
Helena Magalhães